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TOADA DA AMAZÔNIA – Movimento Ocara Dabacuri celebra conquista no edital de Mobilidade Cultural do MINC e prepara evento internacional

Uma comitiva de artistas da Região Norte do Brasil está se preparando para um evento cultural em terras peruanas, com o apoio da Agrupación Revolución de Arequipa, em março deste ano. O evento, que ocorrerá de 14 a 18 de março, contará com 17 artistas, entre músicos, dançarinos, produtores e cantores, e será financiado pelo Ministério da Cultura (Minc) por meio do edital de Mobilidade Urbana nº 01 de 2024. O projeto Ocara Dabacuri – Andes: A saga dos Pajés foi selecionado no edital, trazendo grande expectativa e felicidade para os envolvidos. “Estamos extasiados com o resultado. Após muita luta e persistência, fomos agraciados com essa oportunidade única. Plantamos e agora vamos colher nossos frutos”, disse Dennis Martins, diretor-presidente do Movimento Cultural Ocara Dabacuri. A comitiva inclui artistas de Manaus e Parintins e está preparada para representar a cultura amazônica em Arequipa, no Peru. O evento contará com um concurso para escolher a melhor representação de pajés, figuras místicas da floresta amazônica conhecidas por sua sabedoria ancestral e poderes de cura. Teresa Kátia, vice-presidente do Movimento, destacou que novos projetos estão em andamento e serão inscritos em futuros editais. “Acreditamos que este é o primeiro de muitos editais que virão. Estamos no caminho certo para fomentar a cultura, tanto em terras macuxis quanto em outras partes do mundo”, afirmou Teresa.   A Banda do Príncipe da Toada da Amazônia, alegria contagiante A Trilogia Ocara Dabacuri – O evento cultural Ocara Dabacuri, inspirado na cultura tupi-guarani, busca resgatar as festas folclóricas de Boa Vista/RR e promover a cultura amazônica da toada, lendas e histórias ancestrais. Nos últimos quatro anos, foram realizados três grandes eventos sem apoio público, com a ajuda de parcerias e pequenos empresários. Os eventos anteriores incluem Ocara Dabacuri – A saga das Cunhãs (2021), Ocara Dabacuri – A saga dos Pajés (2023) e Ocara Dabacuri – Icamiabas (novembro de 2023), que contaram com a participação de artistas renomados como David Assayag, Mara Lima, Marcia Siqueira e Iana Yra. Um Novo Capítulo – Agora, pela primeira vez, o evento será financiado por um edital do Governo Federal, marcando o início de uma trajetória internacional. Desta vez, o tema central será o místico pajé, com representantes de cerca de 60 grupos do Peru.

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Sesc Roraima promove Festival Cultural Cruviana em Boa Vista

De 12 a 14 de novembro, o Serviço Social do Comércio em Roraima (Sesc-RR) realizará o Festival Cultural Cruviana em Boa Vista. A programação acontecerá no Teatro Jaber Xaud, Teatro Municipal e Sesc Mecejana, reunindo uma ampla gama de expressões artísticas por meio de oficinas, espetáculos e workshops.

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Caroebe movimenta-se com a 10ª Festa da Banana e a 7ª Feira de Agronegócios

Evento destaca empreendedorismo rural e produção local Fonte: Sebrae/RR De 14 a 16 de novembro de 2024, a cidade de Caroebe será palco da 10ª Festa da Banana e da 7ª Feira de Agronegócios, organizadas pela Prefeitura de Caroebe, Sebrae/RR e Governo de Roraima. O evento contará com uma exposição de produção agrícola, estandes de negócios, apresentações locais e shows nacionais. O Sebrae/RR tem como principal objetivo incentivar o empreendedorismo rural e fortalecer o agronegócio local. A 7ª Feira de Agronegócios contará com mais de 25 estandes de instituições e empresas do setor, além de uma Rodada de Negócios organizada pela Gerência da Unidade de Atendimento Região Sul do Sebrae. O evento visa destacar a banana, principal produto agrícola da região, e abrir portas para o desenvolvimento de novas soluções e inovações no setor. A feira contará com 15 empresas e 12 instituições expositoras, como Rüdell XCMG, Green Máquinas / John Deere, JP Dronenorte, Lirauto, Arco Norte Fertilizantes, Agrolucas, Mardiza, Iveco Stand, D Agro Consultoria, Seagro Caroebe, Connect Lan House e Impacto Solar. Instituições financeiras, como Banco do Brasil, Sicoob Amazônia, Desenvolve RR e Banco da Amazônia, também estarão presentes para promover seus produtos e fornecer informações aos visitantes e empreendedores locais. Além disso, instituições estaduais e federais oferecerão apoio ao meio ambiente, pesquisa e desenvolvimento agrícola e pecuário. Programação Completa do Evento: Quinta-feira – 14 de novembro: 9h: Abertura da Vitrine Tecnológica 16h: Início da Feira de Agronegócios, Shopping de Touros e Feira de Artesanato 17h: Agro Sabor: Cozinha Demonstrativa 18h: Abertura do Parque de Diversões 19h: Início do Rodeio 20h: Cerimônia Oficial de Abertura da Festa 21h: Escolha da Rainha 21h30: Show: Pisada Swingada 23h: Show: Forró Ideal 1h: Show: Manim Vaqueiro 3h: Show: Vanda Guedes 5h: Atração Local 6h: Encerramento Sexta-feira – 15 de novembro: 9h: Abertura da Vitrine Tecnológica e da Feira de Agronegócios 9h: Shopping de Touros e Feira de Artesanato 16h: Competições da Banana 17h: Agro Sabor: Cozinha Demonstrativa 18h: Parque de Diversões 19h: Rodeio 22h: Show: Xote Miudinho 0h: Show: Marília Tavares 2h: Show: Rabo de Vaca 4h: Atração Local 6h: Encerramento Sábado – 16 de novembro: 9h: Vitrine Tecnológica, Feira de Agronegócios e Shopping de Touros 9h: Encontro de Paredões 16h: Feira de Artesanato 17h: Agro Sabor: Cozinha Demonstrativa 18h: Parque de Diversões 19h: Rodeio 21h: Encerramento e Lançamento 2025 22h: Show: Pipoquinha 0h: Show: Vitor Fernandes 2h: Show: Emelly Oliveira 4h: Show: George Japa 6h: Encerramento SERVIÇO: Evento: 10ª Festa da Banana e 7ª Feira de Agronegócios Data: 14 a 16 de novembro Horário: A partir das 09h Local: Parque da Vaquejada de Caroebe/RR

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VEM BRINCAR DE BOI: Desvendando a Riqueza Cultural por trás do Movimento Ocara Dabauri

Atual Movimento Cultural Ocara Dabacuri – Foto: Nilzete Franco “Não é apenas uma celebração do passado, mas uma ponte para o futuro, misturando tradição e contemporaneidade em uma sinfonia cultural. Em cada canto, em cada passo de dança, ressoa a alma vibrante da região, vitalizada pela música, coreografias e histórias que ecoam por gerações”, ressaltou o cantor Dennis Martins, atual presidente do movimento. Boa Vista/RR – No universo pulsante da cultura roraimense, o Movimento Cultural Ocara Dabacuri desponta como um farol de tradição e inovação, tecendo a trajetória fascinante desde a fundação em 1996, durante o apogeu do Boi-Bumbá em Roraima até sua fundação institucional em 2001. O encanto do boi entrelaçou-se com os corações dos primeiros entusiastas, conduzindo a antiga Associação Folclórica Kariwá a ser reconhecida e alçada à condição de Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura (Minc), sob a capitania do icônico cantor e ministro Gilberto Gil. Participantes ativos de encontros nacionais de Pontos de Cultura, realizados em Brasília, São Paulo e Minas Gerais, a Kariwá emergiu como o epicentro de artistas, dançarinos, cantores e músicos alucinados por perpetuar a identidade folclórica amazônica. O ano de 2001 marcou novo capítulo na saga do movimento, com a Banda Kariwá atravessando fronteiras e levando a vibrante toada da Amazônia até as cidades venezuelanas de Guasipati, El Callao, Ciudad Bolívar e Soledad, alé́m de consolidar no dia 17 de março como pessoa jurídica. O som dos bois de Parintins e as toadas de Zezinho Corrêa e Klinger Araújo, entre outros cantores bovinos da cultura nortista, ecoaram na fronteira de Pacaraima na voz da Kariwá, corporificada pelo cantor Dennis Martins, enriquecendo a música e a cultura de Roraima. Em um momento posterior, emergiu a Tamurá, uma nova Banda de Toadas enraizada na tradição e liderada pelo presidente e mestre em cultura, Dennis Martins. Ao longo de 25 anos (dois deles sem registro), o Movimento promoveu eventos memoráveis que impulsionaram o cenário bovino no estado, incluindo o Encontro dos Povos na Prime/RR, Barco da Toada (I e II) nas águas do Rio Branco e trilogia de eventos denominada Ocara Dabacuri – a Saga das Cunhãs/Tributo à Amazônia/ Icamiabas. À frente do Ocara Dabacuri, encontra-se a bem composta diretoria. Um dos membros a mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a professora potiguar Teresa Kátia Alves de Albuquerque; o habilidoso contabilista roraimense Rogério William Alexander; e a administradora meticulosa e jornalista roraimense Lucy Santos. Equipe diversificada, incluindo o corpo de dança “A Corte do Príncipe”, o conselho fiscal com uma das mais premiadas Rainhas Caipiras de Roraima/dança quadrilheira, a cearense Evilânia Oliveira; o professor e esportista rorairamense Izerbleidson; e o assessor jurídico paranaense Julio Cappellari, entre outros entusiastas. Todos unem forças para impulsionar a cultura regional. O cantor jornalista Dennis Martins à frente do Movimento Ocara Dabacuri/Evento Sunset Toada – Foto: Nilzete Franco “A diversidade cultural presente em Roraima incentiva o surgimento de projetos voltados para a comunidade e, por fazermos parte da Amazônia tão híbrida culturalmente, o Movimento Ocara Dabacuri surge para proporcionar eventos socioculturais dos Bois Bumbás Caprichoso e Garantido numa oportunidade ímpar de agregação entre pessoas que fazem parte de Roraima”, comentou a secretária geral do Ocara, Teresa Albuquerque. As redes sociais, em especial o Instagram @ocara.dabacuri, tornaram-se o palco virtual dessas realizações, apresentando um calendário repleto de celebrações culturais e eventos de cunho artístico, construindo pontes com importantes nomes da cultura como: o levantador de toadas David Assayag, a cunhã-poranga do Boi Caprichoso Marciele Albuquerque, a finalista do BBB 24, cunhã-poranga do Boi Garantido Isabelle Nogueira, as levantadoras de toadas Mara Lima, Márcia Siqueira, Yanaira e, recentemente, o cantor Júlio Persil, bem como outros itens que fazem da tradicional festa, uma alegria e diversidade amazônica, destacando todos os elementos culturais e identitários. Cada publicação, um convite para mergulhar no universo efervescente da toada roraimense e do folclore amazônico. Um novo contexto – À frente do Ocara Dabacuri, o jornalista e mestre em Letras, Cultura e Identidade pela Universidade Federal de Roraima (UFRR), o amazonense Dennis Martins, refere-se ao movimento como algo maior que apenas à manutenção da cultural regional. “Não é apenas uma celebração do passado, mas uma ponte para o futuro, misturando tradição e contemporaneidade em uma sinfonia cultural. Em cada canto, em cada passo de dança, ressoa a alma vibrante da região, vitalizada pela música, coreografias e histórias que ecoam por gerações”, ressaltou o cantor Dennis Martins, atual presidente do movimento. Juntar-se à jornada pela toada roraimense, onde o presente se entrelaça com o passado, é um abraço acolhedor de tradição e renovação. Brincar de boi é descobrir o coração pulsante da cultura amazônica e continuar a tradição, com ares de inovação, arte e saberes da cultura material e imaterial do povo amazônida. A Banda Kariwá – preparativos para a turnê na Venezuela 2001 Corpo de Dança Kariwá (In Memoria: Jean Nascimento)

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CURADORES DA FLORESTA: Caprichoso lança single nas plataformas digitais

O Boi-Bumbá Caprichoso lançou nesta sexta-feira, 26, o single surpresa “Elton Júnior, Yomarley Holanda e Lenart Mustaffa”, retrata as crenças da floresta do Sacaca, o curandeiro, mandingueiro, e curador que utiliza rezas, encantarias e ervas. Prática comum no interior do Amazonas. Na definição, o Sacaca é um tipo de xamã, pajé, capaz de viajar pelo fundo dos rios. De origem tupi, o líder espiritual tem o poder de encontrar os encantes, dimensão na qual vivem os espíritos dos encantados, entidades que auxiliam o pajé na cura de enfermidades. A capa é uma concepção artística do Designer do Boi Caprichoso, João Marco Nascimento. A fotografia é do assessor técnico do Conselho de Arte, Vinicius Ramos, que registrou o colaborador João Oliveira dos Santos, que exerceu a função soldador no Galpão do Boi Caprichoso. João iniciou como soldador na equipe do artista Karu Carvalho, depois passou pela equipe de Jairzinho Mendes, e trabalha como vigia desde 2015.

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INCLUSÃO DOS POVOS INDÍGENAS – Farmacêuticos Indígenas atuando em Comunidades mostram competência e orgulho 

Profissionais que se orgulham de atuar nas suas próprias comunidades, mostrando a força e o desejo da assistência farmacêutica Por Dennis Martins  Boa Vista, Roraima – O Conselho Regional de Farmácia de Roraima (CRF/RR) tem muito a se orgulhar quando se trata da atuação de farmacêuticos indígenas nas comunidades. Esses profissionais desempenham papel crucial na assistência à saúde dos povos indígenas e a presença é fonte de esperança e confiança para as comunidades locais.  A especialista em saúde indígena, Alicera Januário de Souza, 40 anos, da etnia Macuxi, trabalha na Casa de Saúde do Índio (CASAI) no Distrito Leste de Roraima é uma dessas profissionais. Ela se sente honrada por representar seu povo e é um exemplo inspirador de como a saúde indígena pode ser fortalecida por profissionais que entendem a cultura, os costumes e as necessidades específicas dessas comunidades. A dedicação e o compromisso são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos povos indígenas.  “Eu atendo meu povo, várias pacientes, de várias etnias. Ser farmacêutica indígena para mim é uma honra e é muito gratificante. Foi o que eu sempre esperei durante todo o percurso do meu curso. Sempre pensei em trabalhar com a população indígena, com meu povo. Hoje, esse sonho está realizado. Não há nada melhor do que atender nossos parentes e pacientes, vê-los terminar o tratamento e agradecer pelo atendimento. Continuaremos a oferecer toda a assistência de que eles precisam”, disse Alicera.  O Wai-Wai Isaac, 33 anos, é o único farmacêutico na Região III, onde atende seu povo. Ele também é um exemplo de perseverança e determinação. A presença como farmacêutico é um marco para a comunidade e a sociedade em geral. Ele representa a esperança de que mais profissionais indígenas possam seguir os passos e contribuir para a saúde das comunidades.  “Atualmente sou farmacêutico no extremo Sul do estado de Roraima. Representar meu povo é muito importante para mim. Sou o único farmacêutico III nesta região, mas fico feliz em ver outros jovens estudando para também se tornarem farmacêuticos. Minha trajetória na faculdade de farmácia começou em 2014, mas tive que trancar por motivos financeiros. Durante a pandemia, retomei meus estudos e finalmente me formei em 2022”, contou Isaac.  O marco da Regulamentação da Assistência à Saúde Indígena – Desde 2017, a atuação de farmacêuticos na assistência à saúde dos povos indígenas está regulamentada pela Resolução 649 de 28 de setembro. Essa medida reconhece a importância desses profissionais e estabelece diretrizes para garantir que os serviços farmacêuticos sejam acessíveis e de qualidade para as comunidades indígenas.  Para o conselheiro federal de farmácia por Roraima, Adônis Motta, a data e a quantidade de pessoas conquistando o espaço profissional, lembra também o dever de respeitar os povos originários e as diferenças que existem entre eles. “Somos uma só nação, brancos, negros, indígenas e pardos; toda a miscigenação deve ser respeitada. Temos muitas profissões exercidas por pessoas que antes não tinham acesso, vemos que esse crescimento faz parte desse acesso e colaboração educacional. Inclusive, o Conselho Federal e Regional em cada cidade participou da construção de respeito”, completou Motta.  A presidente do CRF/RR, Bianca Crispim, destacou o crescimento da profissão e a consolidação das políticas públicas que beneficiam toda a população, incluindo os povos indígenas. Os cursos de capacitação e a valorização dos farmacêuticos indígenas são passos essenciais para promover a saúde e o bem-estar dessas comunidades. “São grandes conquistas. Saber que vários de nossos profissionais levam etnias fortes nas veias nos enche de orgulho, ainda mais que eles mesmos podem entender melhor a realidade de onde estão inseridos devido ao contexto cultural, além de saberem das dificuldades de cada lugar”, ressaltou Bianca.  Em Roraima, a união entre tradição e modernidade na área farmacêutica é motivo de orgulho para o CRF/RR. Os farmacêuticos indígenas são verdadeiros agentes de mudança e o trabalho é fundamental para construir um futuro mais saudável e igualitário para todos.  Cruzamento das raças – Assim também é um pouco da história de Nelisa Braga, da etnia Baré. Ela é a miscigenação de dois DNAs, da mãe que é Macuxi do estado de Roraima, com o pai, Baré do Amazonas. Ela contou que tem milhares de histórias das dificuldades e vitórias até chegar a ser farmacêutica.  “Sou farmacêutica indígena e digo que foi uma trajetória árdua, difícil. Saí da minha comunidade para a cidade grande em busca de estudar e, através do estudo superior e de Deus, pude ocupar lugares que sem o estudo não teria possibilidade de ocupar. Tive a oportunidade de estar à frente da assistência farmacêutica indígena, gerenciada pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), ajudando de alguma forma meu povo e minha comunidade”, finalizou Nelisa com um sorriso. 

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